Vogue faz campanha polêmica para os Jogos Paralímpicos e gera revolta

Na iminência dos Jogos Paralímpicos, que têm início no dia 7 de setembro no Rio de Janeiro, a Vogue Brasil publicou em seu site a campanha Somos Todos Paralímpicos , da Agência África, com os embaixadores Paulo Vilhena e Cleo Pires “interpretando” dois atletas da competição. O problema é que os consumidores não gostaram nem um pouco da ideia. Nas fotos, ator e atriz aparecem, respectivamente, com uma perna mecânica e um braço amputado, para representar Bruna Alexandre, paratleta do tênis de mesa e Renato leite, do vôlei sentado.

As redes sociais acusam a marca de escolher mal seus embaixadores ao optar por dar espaço a “globais” em vez de usar os próprios atletas nas imagens.“Quer dizer então que a Vogue Brasil usou o corpo dos paratletas e descartou o rosto deles para colocar rosto de atores globais sem nenhuma deficiência? Isso é doentio. Que representatividade é essa? Que porcaria é essa? Alguém me explica”, diz uma usuária do Facebook

Outros, aproveitando a oportunidade, fizeram piada. É o caso do usuário do Twitter que escreveu que “ao menos a campanha conseguiu resgatar a visibilidade do Paulinho Vilhena, que andava sumido tem um tempinho já”.A África, que assinou a peça, já se envolveu em outras polêmicas. Entre os episódios, uma seleção para estagiários em formato de reality show, com jurados fora do meio da propaganda, causou discussão entre profissionais.

Mais recentemente, em 2015, a agência publicou uma foto com parte de seu corpo de funcionárias e foi criticada por não haver nenhuma negra na imagem, ainda que a companhia use como nome um continente majoritariamente negro. Vogue Brasil fez um pronunciamento: "A concepção da campanha foi da atriz Cleo Pires, do ator Paulinho Vilhena, embaixadores das Paralimpíadas, e da Agência África. A Edições Globo Condé Nast apoia qualquer campanha que estimule o comparecimento e o apoio às Paralimpíadas".